por Carlos Hilsdorf

Aliás, os excessos costumam ser mais prejudiciais que as faltas, mas demoram mais para serem percebidos. As faltas nós notamos imediatamente, os excessos só quando despertam a nossa consciência.
Tudo o que temos em excesso demanda tempo e energia para ser administrado. Roupas demais, CDs demais, bagunça demais, lembranças demais (fique com as que valem a pena, pelo aprendizado ou felicidade que trouxeram), compromissos demais, pressa demais.
Todos nos beneficiaremos com a prática de determinado nível de minimalismo (sem excessos, porque isso também pode ser demais). Podemos reinventar nossa maneira de viver para viver com o necessário. Não precisa ser o mínimo necessário, pode haver algumas sobras, mas sem os exageros de costume.
Viver melhor com menos. Isso traz uma sensação de leveza e felicidade tão maravilhosa que todos devemos, ao menos, experimentar. Na melhor das hipóteses, aprendemos e adotamos um novo estilo de vida.
Quem está em processo de mudança, reconhece rápido o quanto acumulou de coisas em excesso, e aprende que pode viver tão bem, ou melhor, com muito menos!
Se vamos acampar, somos felizes apenas com uma mochila…
Liberte-se dos excessos de todo o tipo: excesso de informação (aliás, muita coisa é só ruído, nem mereceria sua atenção); excesso de produtos e serviços (consumismo é uma válvula de escape para não olharmos para nossa própria existência e para o vazio que buscamos inutilmente preencher com compras); excesso de relacionamentos (nem todos valem a pena, não é verdade?). Viva mais com menos, experimente algum nível de minimalismo. Permita-se sentir-se livre dos acúmulos e excessos.
Nada é mais gratificante que a liberdade, a sensação de que você se basta sem precisar de um arsenal de coisas, sons e cores a seu redor. Dedique-se a experimentar essa libertadora sensação. Quem sabe viver com pouco, sempre saberá viver em quaisquer situações, mas aqueles que só sabem viver com muito, nas mínimas provações e ausências sofrem e se desesperam. Esses últimos se confundiram com seus excessos… e na falta deles, não se reconhecem.
Nunca sabemos se viveremos com o que temos, com mais ou menos no dia de amanhã, mas se aprendermos a viver com o que é essencial, viveremos sempre bem.
Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E se o que te falta é você, nada poderá preencher esse vazio…